Quem nunca passou pela experiência de depois de comer uma comida sentir-se “pesado”? Pois é, é uma experiência frustante. A Cabala judaica tem uma explicação para isso. Ela ensina que por trás de toda intenção há uma outra intenção, oculta, formando-se a “intenção da intenção”, explica o rabino Newton Bonder. Assim, dependendo da real motivação da segunda intenção ( a oculta), a primeira perde seu valor. Muitas vezes, fazemos algo ou de modo mecânico, ou para não desagradar alguém, ou por ego , quando em nosso íntimo desejamos outra coisa, criando uma dicotomia entre o que faço e o que quero fazer. A “intenção da intenção”, é isso, é a vontade verdadeira por trás dos fatos. A intenção verdadeira do que estamos fazendo, presente em nosso coração, é que determinará a “qualidade da energia” que vamos depositar naquilo que estamos fazendo, energia essa que, por conseguinte, será transmitida para as outras pessoas, fazendo-lhes bem ou mal. Ser verdadeiro no que fazemos não se restringe à um código moral, é sobretudo, uma forma de viver ecológica e sustentável. Devemos ser quem somos, e nos preocupar menos com o que as pessoas pensam que somos, ou com o que as pessoas gostariam que nós fóssemos. Devemos nos aceitar com nossos defeitos e virtudes, e aprender com ambos. Ego, todos temos, mas, ego administrado, poucos se ocupam em ter. Administrar é diferente de dominar. Administrar pressupõe aceitação e compartilhamento comigo mesmo e com os outros. Essa unidade harmônica de mim para mim mesmo é que mantém a nossa verticalidade corpórea-espiritual, tornando-nos dignos de sermos chamados de homo sapiens sapiens. A sabedoria não é um conceito, é uma forma de viver e de morrer segundo nosso caráter e vontade. E na simplicidade de sua expressão está a dificuldade de sua manifestação. Dependendo da energia da intenção da intenção que está no seu íntimo, é melhor você cozinhar outro dia. Cozinha é um ritual de alegria e saúde.
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