O Multrem é o pão ancestral dos Pehuenches. Contêm os quatro elementos: água, terra, ar e fogo, os fragmentos da matéria original. É feito com trigo, ou pinhões de Araucária. De acordo com Anita, coloca-se o trigo em uma fonte e, sobre ele, um punhado de cinzas do fogo. A seguir, coloca-se um pouco de água nas mãos, também jogando-a sobre o trigo. Com os pés, pisa-se no trigo, misturando água, trigo e cinzas. (Observação: para dois pratos coloca-se um quilo de trigo). Lava-se esta mistura com água, ficando o trigo completamente limpo, branco. Depois, põe-se a cozer com água fria, deixando dez minutos em fogo normal. O trigo deve ficar ao dente, deve ser peneirado, deixando escorrer toda a água e colocando-o para secar. Finalmente, numa pedra, o trigo deve ser moído, ficando um farelo úmido para posteriormente se armar os pãezinhos. Este pão é especialmente utilizado para oferendas, e só depois compartido entre as pessoas.
Percebe-se que esta “receita” deve ser elaborada sem pressa, “sentindo” o procedimento. E todo sentir, parece então, se transformar em saber.... Entre chimarrão e chimarrão a conversa tinha se estendido por muito mais de uma hora, e sabíamos que Anita deveria retomar suas atividades. Antes de partir agradecemos a gentileza de ter-nos recebido, sabendo que no futuro nossos caminhos voltariam a se cruzar. E, enquanto voltávamos para nosso hotel, ficamos refletindo sobre uma frase que Anita fez questão de remarcar: “Os pais Mapuche observam constantemente as crianças, verificando e incentivando as habilidades de cada uma. Elas são ensinadas a agradecer a terra, especialmente durante a oração da manhã, o Nillan Mahuil. Pais e mães têm papeis bem definidos e são elas que conservam e perpetuam os ensinamentos e as tradições para os filhos, de geração em geração.”
Percebe-se que esta “receita” deve ser elaborada sem pressa, “sentindo” o procedimento. E todo sentir, parece então, se transformar em saber.... Entre chimarrão e chimarrão a conversa tinha se estendido por muito mais de uma hora, e sabíamos que Anita deveria retomar suas atividades. Antes de partir agradecemos a gentileza de ter-nos recebido, sabendo que no futuro nossos caminhos voltariam a se cruzar. E, enquanto voltávamos para nosso hotel, ficamos refletindo sobre uma frase que Anita fez questão de remarcar: “Os pais Mapuche observam constantemente as crianças, verificando e incentivando as habilidades de cada uma. Elas são ensinadas a agradecer a terra, especialmente durante a oração da manhã, o Nillan Mahuil. Pais e mães têm papeis bem definidos e são elas que conservam e perpetuam os ensinamentos e as tradições para os filhos, de geração em geração.”
Multrem com cogumelos silvestres. ( O pão que contêm os quatro elementos ) |
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